Precisamos falar sobre memória afetiva e cultura do conforto
É filme da Barbie de um lado, Mc’Donalds lançando seus bonecos antigos de outro… ah, e sem contar o lançamento de Transformers, Indiana Jones e Tartarugas Ninjas nos cinemas ainda esse ano.
Nas lojas de brinquedos, Barbie e Hot Wheels estão vendendo que nem água. Além disso, até o nosso queridinho chiclete Bubbaloo entrou em cena, ganhando uma linha de produtos do Boticário.
Isso só para citar alguns exemplos, porque na publicidade tem muitas outras marcas instigando nossa memória afetiva. Bem que dizem que o mundo dá voltas, e tem nos trazido a lugares de familiaridade.
Desde o ano passado as marcas vem apostando fortemente em explorar a nossa memória afetiva, nos levando a ter momentos para lá de nostálgicos.
Para “agradar” os millennials, vários negócios no ramo de alimentos, moda, publicidade e franquias de filmes estão investindo em produtos com “gostinho de infância”.
Sentir aconchego através da memória afetiva tornou-se ainda mais precioso pós-pandemia. Afinal, a nostalgia funciona principalmente como uma espécie de âncora para a geração atual.
E todo esse papo está ligado a “cultura do conforto”, que é o ato de perseguir memórias que despertam um senso familiar de alívio. Geralmente livros, filmes, seriados ou músicas que você gosta podem trazer um sentimento leve e agradável quando você os consome.
“Conforto” é uma palavra que resume três aspectos importantes sobre essa tendência, sobre nós mesmos e sobre o que consumimos.
O primeiro deles, é já saber o final. Que atire a primeira pedra quem não tem uma série ou filme conforto, que já viu ao menos duas vezes, sabe todas as falas, mas mesmo assim, ainda ri ou se emociona toda vez que assiste.
O segundo, é conforto de poder voltar para tempos, digamos, mais simples.
Se você usava Ma Chérie, desejava uma máquina de fazer sorvete da Eliana, acompanhava Castelo Rá-Tim-Bum ou TV Globinho, assistia desenhos animados em VHS ou ia até uma locadora alugar Harry Potter, com certeza entenderá o que estamos falando.
Então tudo o que nos marcou quando tínhamos nossos 10 ou 13 anos, são gatilhos fáceis, quase que uma máquina do tempo, onde tudo era mais tranquilo, simples e encantador.
O terceiro, é o conforto de não precisar pensar. Já passamos o dia todo em plena correria. É tendência disso, tendência daquilo que chega até a dar um nó na cabeça. Se consumimos o que já é conhecido, sentimos novamente, o conforto.
A publicidade vai longe…
O desafio das marcas será acompanhar a velocidade das mudanças das novas gerações, ao mesmo tempo em que buscam no passado, lugares de afetividade para despertar o “conforto”.
A certeza que temos é que as apostas em revisitar o passado e mexer com a nossa memória afetiva podem trazer bons resultados.
Feijão por baixo ou por cima do arroz?
A Camil prometeu acabar de uma vez por todas com essa discussão. Com uma nova embalagem super criativa “dupla inseparável”, a marca líder na categoria de grãos no Brasil levou o arroz e o feijão para o topo das conversas.
As hashtags #FeijãoPorCima e #FeijãoPorBaixo ficaram em alta nas redes sociais e para promover o assunto de forma divertida, a Camil criou uma embalagem especial com os 2 tipos de grãos e enviou para influenciadores digitais.
A edição não estará disponível nas gôndolas, mas promete dar o que falar entre os influenciadores.
“Surfando na discussão de como se come o arroz “por cima ou por baixo do feijão?”, vimos a oportunidade de posicionar a marca responsável pela base da alimentação do brasileiro de forma inusitada. Esse foi nosso jeito de dizer que para a Camil não importa o jeito que se serve o arroz e feijão, contanto que sejam servidos sempre juntos. Mensagem importante num momento em que a alta dos preços não anda facilitando muito”. – Marilu Rodrigues, diretora de criação da Lew’LaraTBWA.
Tesouros
🫰🏻 Abriu a mão: o YouTube decidiu afrouxar suas regras para que canais ganhem dinheiro mais rápido. A ideia é evitar que os criadores de conteúdo desistam de suas postagens antes dos primeiros centavos em monetização.
😌 Tudo pelo usuário: a Amazon está testando uma IA generativa para gerar resumos de reviews de produtos vendidos em sua loja virtual para facilitar a decisão de compras.
💁🏻♂️ Deus me livre, mas quem dera: Apple e Google seguem como as marcas mais valiosas do mundo, avaliadas em USD 880 bilhões e USD 577 bilhões, respectivamente.
🍔 Provocação de milhões: McDonald’s e Burger King seguem se provocando com anúncios feitos no ChatGPT.
🎧 Sou todo ouvidos
#dicadosnaveiros
Mano Brown vem para ampliar a visão e o debate em um podcast que traz diversidade de ideias e pensamentos com profundidade e respeito. Nele você ouvirá assuntos importantes, interessantes, relatos inéditos e controversos com convidados amados ou odiados (você decide).
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